1 de dez. de 2010

Os dias



Porque os dias já são curtos e algum tempo atrás foram longos demais. Os dias se passavam e se julgando cada vez mais fraca, se julgando cada vez mais sozinha por não conseguir nem ao menos enfrentar aqueles intermináveis dias. Pedia força em silêncio em todas as noites. Pedia também um novo amor, uma nova vida, um novo caminho. Alguma solução para seus problemas sempre procurara. Horóscopos, sonhos, búzios. Seria castigo? Não fiz mal algum. Resmungou aquela menina que agora, só queria saber em dormir. Assim, todas as dores iriam embora. Por que não a morte? Não, morte seria o fim de tudo. Morte já dói. E eu não poderia morrer no instinto natural, seria suicídio. Mas na doutrina Espírita, espíritos suicidas vagam. Então, deixa. Pensou. E os dias ficaram sempre tão longos. Tão vazios. Os dias eram apenas dias e acabara ali com um ponto final.
O novo menino a olhara como ninguém jamais olharia antes, a encarava e ela sentia suas bochechas corarem. Quando sentiu que os olhos dele estavam nela. Ela apenas sorriu. Foi o máximo. Ela sentia que realmente havia alguma coisa atrás daquilo tudo. Sentia que no fim daquela antiga história havia plantado algo novo.
Mas algo estranho fazia e desfazia naquele destino. Algo estranho acontecia, mas ninguém sabia mais de nada. Ninguém mais sabia quem era quem na verdade. Perdia-se nos caminhos, cantava alto, gritava também alto. E assim, apareceu um novo menino.
Perguntas vieram sonhos também, e o principal. Sorrisos chegavam cada vez mais perto. Seria o fim do sofrimento? Talvez.  Mas ele tinha algo que nem aquela menina sabia bem o que era. Seria o cabelo preto? Não. Seria o sorriso? Não. Seria o que então? Não sei também. O novo menino era diferente. Não, não era diferente porque você nem ao menos sabe se ele é isso. Não importava mais. A menina sofrera tanto no passado que se fosse pra sofrer de novo, desistiria hoje, se fosse possível, agora. Desistiria dos sonhos, das viagens, dos amores, do sufoco, dos dias, e até mesmo da sua própria fé. Acabaria a vida ali. E agora que são 28 dias, o conto se desfazia. Pensara novamente. O conto agora não tem mais algum sentido.
Mas não importava muito. Não se importa muito. Os dias que eram doloridos-sofridos, hoje são curtos e coloridos. Para a menina, bom, para ela, o mais importante agora seria conquistar o menino novo. Mas antes de tudo, o principal e o ideal. A menina deseja muito ser feliz, de hoje até só Deus sabe quando. E assim, os anjos lá em cima falavam baixinho. Amém.

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