21 de dez. de 2010

A intocável




Parece que a menina já não é mais tão menina. Pobre criança. Que a realidade invada, mas com um toque bonitinho, com uma magia diferente, por que não um amor novo?
  Me deitei na cama como uma mulher, adulta, auto-suficiente, e com a respiração presa. Fui me liberando aos poucos, estiquei meu braço esquerdo, virei de um lado ao outro, e encarei a parede. Olhos enchendo d'água. Não e não. Segura a lágrima. Respira, inspira, respira, inspira. Fiz o meu mantra. Mas a pergunta que não me cala a cabeça. E afogo minha cabeça ao travesseiro como se eu fosse uma criança que só precisasse de alguma proteção. Mas aonde arrumo? Entram no meu quarto e me perguntam por que eu tanto choro. Olho para a pessoa sorrio e digo, que apenas minha ferida que está ardendo mais do que qualquer coisa nesse mundo. E assim, me faz virar criança novamente e não quero sair mais de lá. É mais sólido, mais confortável, bem mais legal do que viver no mundo em que se puderem, um passa em cima do outro só para ter fama. Eu sei que em algum lugar, há alguém pensando em mim. Seja por palavra que saiu em modo errado, por talvez, ter se comovido ao ver tanto drama em alguém com apenas dezessete anos, ou apenas, lembrou porque sente minha falta. Forço ser o que eu não sou: Forço ser insuperável, forço ser eterna, forço para que me vejam como A mulher inabalável. Mas é apenas tudo em contrário. Sou superável, sou passageira e sou uma menina abalável. Sou tão passageira quando uma folha caída em um parque vazio, o vento soprou, já era, acabou. Não gosto de falar sobre você. Você é a ferida que só de encostar em mim, já que sou frágil, me parece algo doloroso. Na verdade, quanto mais se mexe em uma ferida, mais ela sangra mais ela dói. De tudo que é torto, de sofrimentos improváveis, de sentimentos impossíveis, de amizades unilaterais, eu faço parte.
Acredito no destino, mas tenho medo dele. Quando se trata de destino, me dá certo arrepio, porque eu tenho medo do que eu estou me tornando. Estou me tornando em uma pessoa extremamente sensível e solitária, e tenho medo de me acostumar com isso. E me perguntam se eu gosto dele. Oras claro que eu gosto. Se eu não gostasse, já teria perdido a fé. Porque é esse amor que me faz ter a esperança que o amanhã é um novo dia, é esse amor que me tira da rotina, e de um mundo cheio de caos. Eu sei, não estou sendo real. Mas quero que saiba que desde início, eu fui real. Fui apenas me moldando para que você pudesse gostar de mim bem aos poucos. Quando me dei à permissão para que pudesse sentir tudo por você, você se foi, mas algo me diz que você volta. Porque quando se tem um sonho, o sonho fala mais alto do que a própria ilusão, do que a própria realidade que me toma. Que me machuca, e que me fere. Me fazendo sangrar e fazendo que a dor chega ao seu ápice.
 Quando consigo me fantasiar de algo que só Deus sabe o que, sinto incompleta. Ando escolhendo não me apaixonar, ando escolhendo me deixar quietinha, me poupando e me curando aos poucos. Não é fácil quando algo que te faz falta vai embora. Não é fácil ser assim, tão verdadeira e tão dolorida. Não me perguntem o que ele tem que não consigo abandonar. Não me perguntem se eu realmente gosto ou se eu sou assim mesmo, tão intensa. Por que eu não consigo te encontrar ou te reconhecer em mais ninguém, acordo e vou dormir pensando. Acordo e enfrento o dia. Enfrento, porque é de verdade. Tudo que é realmente verdadeiro, eu acredito, então não há mais explicações porque eu acredito tanto no que eu sinto.
E se quer saber? Eu acredito até fim. Posso ser dolorida, sofrível, ilusionista, mas posso te garantir, sou real e infelizmente, a dor também é, e para complicar a situação, a minha ferida já nomeada, dói.
Hoje, leio os textos antigos e eu peço para que você jamais desacredite que amor igual eu senti por você, não haverá nada mais igual. Talvez, há alguém querendo ser o personagem do meu blog, e talvez me dê o valor. Deve ter esquecido te tanta coisa, de tantas frases, de tantas coisas que eu sempre recordo e tento imaginar de quem foi à culpa nessa história. Mas pensando bem, talvez seja só fase, talvez o futuro seja nosso.
Não sou intocável. Não sou algo guardado para alguém. Sou exposta. Sou do povo. Sou do mundo. Sou dos amores, do ódio, e talvez do perdão. Sou de lua, amante, minguante e cheia. Cheia de esperanças estranhas, cheia de defeitos. Sou improvável, estranha e apaixonada. Apaixonada não. Eu amo. Acredito em coisas que até mesmo Deus duvida, acredito em você e que um dia sim, você tenha me amado, mas que infelizmente foi em vão. E que talvez o futuro seja isso, seja previsto, seja nosso. Não quero ser amarga e nem individual, e nem solitária. Então, por favor, traga logo a minha felicidade e a minha paz, porque a falta desses sentimentos sim pode transformar qualquer pessoa, por mais apaixonada que ela seja, por mais iludida que ela foi. Não sou intocável, me toque e veja que por trás disso, há alguém esperando só ser libertada de algo que sufoca, mas que não tem forças para deixar. Por favor, me salve. Salve essa menina intocável.
E assim, talvez, o Destino ajude aqueles que acreditam. Talvez, o Destino ajude a quem acredita verdadeiramente nele.

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