23 de dez. de 2010

Rodízio & o julgamento.




Tenho em mente que ninguém precisa provar para nada para ninguém, já que não pode julgar o que se sente, é imoral fazer isso. Imagine se forem definir cada coisa que cada pessoa sente? Certamente, na hora que forem julgar, o que eu sinto iria assustar, iriam sentir dó ou até mesmo iriam me amar. Sim, louco isso, não é? Eu também acho. A chuva caí lá fora, o sangue chega ao coração que por sua vez, bate forte. Acho que meu coração diz coisas nem ao menos entendo. Insisto quem sabe um dia, eu posso chegar ao alguma conclusão. Não, eu não preciso provar nada para ninguém, se eu sinto, eu sinto e ponto. Não tem explicação para coisas assim. Não há nada. Atualmente, até acho que sentimento é falso, que são só brilhos mais falsos ainda. E que nada, é verdadeiro.
Escrevo esse texto ouvindo discos de vinil, na sala, não consigo realmente me comparar com nada atual. Gosto da moda antiga. As flores mandadas, os bilhetes com letras ilegíveis, cartas que eram feitas para declaração ou para dizer o que era realmente importante, mas era verdadeiro. Homens cavalheiros, fofos e apaixonados. Talvez sim, eu deveria ter nascido nessa época. Hoje a maioria é sexo. Amores passageiros. Amores evitados. Tantos amores e eu me sinto só. Aqueles que amam um dia, também foram usados ou usaram as pessoas. E assim vira um ciclo, e é assim que anda acontecendo.
Eu quero saber o motivo para que eu não consigo achar que aqui seja o meu lugar. Penso que talvez, eu vou ser feliz em outro estado, cidade, ou até mesmo em outro país. Não me sinto bem aqui, não me sinto bem. Olho para baixo vejo o Josh tentando se encostar-se ao Gustavo, e percebo que até os cachorros precisam de proteção de alguém. E comigo, que sou humana, não seria diferente. Me sinto como uma menininha de seis anos, que não se sabe de nada, e ainda acredita em conto de fadas, duendes, e que gosta de sentir a brisa da chuva. Me sinto como se eu precisasse de alguém que já se foi, e que nunca mais vai voltar. Que pudesse me abraçar e que falasse que tudo iria finalmente ficar bem. Pausa. Mudo o lado do disco, mas não consigo mudar o meu lado, mas assim vejo que realmente ninguém pode julgar nada que o outro está sentindo, absolutamente nada. São algumas verdades que prefiro deixar submetidas, não quero revelar já que são tantas as cicatrizes em um único coração.
Me sinto como uma criança sozinha, mas sofro como adulta. Coração pesado, remendado, quebrado, e não há mais ninguém para me curar disso tudo. Não há falsidade, não há falsa ilusão. Porque a ilusão já é por si falsa. E assim, é imperfeito. O meu estado é, fria, seca, direta. Sinto falta de você, de mim, de todos os meus momentos, não, não estou julgando e não estou achando errado, o que você fez, fez só o que julgou certo e isso admiro nas pessoas. Foi o bem escolhido por você, e não por mim, mas e daí? Cada um sabe o que faz. E eu sou egoísta, e só vi meu lado nessa história, o meu sofrimento, e eu não fui capaz de examinar o seu lado, porque eu tenho medo da verdade. E aí, penso em seguir minha vida, mas do jeito que eu tenho azar no amor, a vida me manda sinais, para não te esquecer. E eu acredito nessas histórias. Assim, sigo minha vida, mas então se eu escolher jamais te esquecer, eu vou sofrer muito, e me tornar uma pessoa extremamente iludida?Não! Eu não quero isso para mim, nem para ninguém.
Enquanto eu julgo, sonho e escrevo, aqui dentro de mim existe um rodízio de amores e haverá esse rodízio até acabar com essa estupidez, e eu torço para que acabe logo. Porque por mais que eu goste, lute, e escreva coisas para você entender o meu lado, eu nunca vou entender seu lado. E por isso, não insisto em algo que jamais entendo. Por favor, você que lê não se julga jamais um sentimento, um coração, e até mesmo atitudes. Por trás dessas coisas, há outras coisas.

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