6 de dez. de 2010

Em um dia assim.



Aquela menina se matava a cada, lembrava das noites, do sentimento dela. Em seu quarto havia uma flor que ela havia ganhado de sua mãe. Deitava em sua cama e encarava sua parede e se perdia nos próprios pensamentos, e lembranças de amor se tornavam lembranças de ódio. Não acreditava mais em destinos, em sonhos, nem nela mesmo. Acreditava que havia o pior reservado somente a ela, que sempre nada daria certo. Que ela jamais iria ser feliz. Sua ficha ainda não havia caído ainda quando isso aconteceu. Em noites vazias escreveu diversos textos, mas jamais mostrou para ninguém. Mas sua vida seguia feliz, olhava outros meninos, sentia olhares em cima dela. Não fiquei feia ainda, pensou.
E sentia algo dentro dela que matava. Imaginara o menino bem, mas algo dentro dela estava sendo dividida. Chegou um novo menino no caminho, ela o olhava e sentia segurança só de olhar, imaginava o quanto seria bom amar alguém novo, que não tenha nada a ver com essa história. Imaginava o quanto seria bom alguém substituir esse amor guardado por algo declarado. Imagina até mesmo qual seria a reação do velho menino ao saber que agora, aquela menina havia se completado.
Sentia falta, sentia amor, sentia solidão. Olhara para o lado e só havia seus cachorros brincando e ela falava mal. Olhara para frente, seu notebook no seu colo, e ela sentada no chão, encostada na cômoda e com os pés em cima da cama e pensando: Que menina resolvida eu virei. E acabou rindo sozinha e percebeu que ultimamente não estava mais sorrindo. Mas nem não se importava. Ainda havia o novo menino, ela sentia suas bochechas corarem e havia uma vontade lá no fundo de sorrir, mas ela o olhara de novo, e arrumava seu cabelo, e ele a olhara e parecia um menino mal, mas talvez, ele é bonzinho, talvez ele seja um novo cara para aquela menina e que talvez, ela não quer acreditar nisso ainda.
Mas em uma noite de chuva, ela de novo, se deitou em sua cama, e se cobriu. Lembrou novamente de tudo, e tentou logo abafar seu pensamento, mas não houve chances. Seu entendimento com as coisas que aconteciam chegaram. E ela chorou. Chorou por medo, por sufoco, por excesso de amor, por falta de compreensão, e porque todos haviam achado que ela era maluca. Chorou pela falta, pelo amor nunca revelado. Chorou porque ela havia se transformado numa mulher com muito sofrimento, já não era mais menina. Chorou porque nunca foi correspondida. Chorou porque queria aliviar. Chorou porque talvez, a culpa fosse somente dela. Chorou porque iludiu meninos, e queria se sentir em paz. Chorou porque seu amor nunca foi valorizado e ela sentia medo. Chorou porque no fundo, ela não era uma mulher, era uma menina que não queria evoluir. Chorou porque o novo menino poderia ser uma desculpa e não queria nada com ela.
Em horas seu choro aliviou e ela suspirou, com a imagem dele no seu pensamento, se levantou e foi em frente ao espelho. Ela se olhou no espelho, lágrimas formavam em seus olhos e em sussurro disse:
- Minha ficha caiu.
E chorou novamente e o amor? Bom, o amor jamais confessaria. A flor murchou, o tempo mudou. E o amor continuou...



Ps : 33 dias. 792 Horas.

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