15 de dez. de 2010

O sentimento perdido




Era uma vez, começou assim aquela história, mas não era uma história encantada com príncipes e princesas. Era uma história comum. Admito não tão comum assim. A história era uma verdadeira novela mexicana. Dois amores que se conheceram, ela se apaixonou, ele não, ela namorou, e ele? Não sabe mais nem se ele respira, se fez o que sempre disse que iria fazer, se ele realmente apaixonou e se ele realmente sabe fazer alguém feliz.
Se pudesse começar assim a minha história, seria mais ou menos isso. Tenho medo desses amores que me parecem eternos e sufocantes. Tenho medo desses amores passageiros que possuem características de amores que vão arder e doer por toda vida. Tenho medo dessas fases que intermináveis. Tenho medo do futuro, do destino, e até mesmo, medo de mim. O ponto é o único e seco, o ponto de partida seria atrás dessa história, seria antes mesmo do começo dela. Não deveria ter deixado isso amadurecer, não deveria ter criado falsas esperanças e ter criado um amor e ter acreditado nesse amor criado. Pode parecer confuso, e sem jeito, mas seria a realidade. Conheço uma história de amor igual a mim, e é ele que ama ela. E acabo sentindo algo que talvez nunca sentisse, talvez no fundo, eu queria ser amada por você.
Com esse espírito de menina abandonada que vive em mim, nada mais me deixa ser completa. Lembrei do menino de camiseta amarela, do cara bonito que vinha falar comigo e eu tinha vontade de sorrir. E não é bom lembrar, não é bom nem ao menos ficar recordando, nem conversando mais sobre os mesmos assuntos. Eu, virginiana, perfeccionista e tenho uma pontinha de drama em mim, assim, eu vou me moldando para conseguir levantar a cada manhã como se o dia me fizesse acreditar que vai ser tudo diferente. Sou mandona, e um tanto quanto carente, mas ser assim não faz com que eu seja menos merecedora de ser amada. Evito sofrer, evito muitas vezes o amor, e suas alucinações.
E eu não quero ver sua felicidade em nada. Essa historinha para crianças dormirem não combina. Sou direta. Sua felicidade não será a minha felicidade. Sua felicidade seria se fosse à mesma que a minha, se fossem os mesmos objetivos, os mesmos sonhos. Mas como não é, estou pouco me fodendo para sua felicidade fútil. Forçar sentimento de felicidade por algo que não tem nada de feliz é imoral. Tenho vontade de ir até na sua casa e mostrar como eu estou desconfigurada, parecendo uma roupa velha com vários retalhos grudados. E esses retalhos é a prova que várias vezes eu me moldei para ser do jeito que você sempre quis. Eu quis ser do jeito que você queria. Eu quis ser assim, mas a minha dor é verdadeira, minha dor é completa e eu não sou apenas uma personagem. Hoje, se completa mais um dia, o quadragésimo segundo dia.
Vou ser sempre fiel ao que eu sinto e ao que eu acho certo sentir. Nunca vou querer ser sua amiga se eu acho você falsa. Nunca vou me aproximar de você, se te acho ridículo. Mas eu sei que vou me apaixonar, mesmo se não valer a pena, como aconteceu com você. Você não valeu à pena, mas me apaixonei e sofri conseqüências que fica a impressão que jamais terá fim. Se eu pudesse, controlaria o mundo e pararia as nossas vidas só para deixar esse sentimento aberto forever and ever. E infelizmente a vida não quer assim. A ferida é mais aberta que o amor.
E assim, se passa mais um dia que a sensação que talvez, é melhor acreditar na sorte e em milagres do que no azar e nos pesos que os dias seguintes trás.  É melhor acreditar que sou sincera no que eu sinto e que eu gostei muito de você, do que acreditar que eu fiz com que tudo acabasse. É melhor acreditar que nada foi em vão, e que o sentimento entre mim e você, jamais ficará perdido nos contos.


Ps: Se completa hoje 1008 horas até aqui.

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