15 de nov. de 2010

A menina. O menino. O futuro. O pensamento.




Menina! Acorda pra vida! Não. Eu não quero acordar. Dizia ela rapidamente para o seu próprio pensamento. Que mania chata. Eu conversando com o meu pensamento. Pensou aquela menina. Foda-se. Cada louco com o seu amor. E eu escolhi o meu. Quero ver quando essa loucura não tiver salvação, menina. Disse o seu pensamento. Mas como aquela garota era teimosa. Levantou-se da cama e não queria mais opinião de ninguém. Fez uma lista e um rascunho. De todos os meninos que ela amou realmente. Salvaram-se três. Três é muito. Salvaram-se dois. Ela ainda sente um carinho enorme. Não. Acho que dois também não. Salvaram-se apenas um. De todo seu passado engraçado, decadente e sofrido. Sobrou apenas uma lembrança boa e foi o penúltimo. Ela o amou. Ele também a amou. Mas o amor era bom, até que virou sofrimento. Ele se mudou. E ela sofreu. Sofreu. Sofreu. Sofreu. Até que ela conheceu esse menino. Pobre menina. Mal se livra de uma dor e se enfia em outra. Seria azar ou sorte? Será que agora ela tem a noção que de amor não morre? Será que ela ainda acredita em amor?
Não me faça tantas perguntas, pensamento. Disse ela. Nem ao mesmo sei o que eu quero. Antes sim. Disse a menina. Eu tinha certeza. Pobre coitadinha. Vai viver na ilusão até quando? Até ver que sua vida acabou e você não fez nada para ajudar? Vai viver em torno de seu mundo até você perceber que ele se casou, teve filhos e você ainda continua sozinha e velha? Até quando isso vai continuar. Para de me controlar, pensamento. Eu sei o que eu faço. Respondeu ela. Então, separou-se. Ela não pensava. Apenas Agia.
Resolveu deixar seu grande amor livre. Assim, ele se foi. Mas no fundo dela existe uma voz mansa, fraca, pedindo sempre que ele volte a tire desse mundo tão sozinho que ela se infiltrou por conta própria. E se ele não voltar? Não voltou. Então seria tudo em vão de novo? Sim. Seria. Mas não é isso que eu quero acreditar. Disse a menina em voz alta. Não é isso em que eu acredito. Confio no meu futuro. Sei que ele não vai ser tão macabro. E se for? Fodeu! A única palavra que consigo dizer. Perdoe-me pelas frases chulas e pelos anos em sua frente. Perdoe-me pelo excesso de amor e pela falta de compreensão no seu futuro. Perdoa-me por tanto ter te amado. Perdoe-me por tanto agora, tentar escrever esse texto. Perdoa-me então. Por eu ser assim. Não, pedir perdão pelo o que eu sou é sem sentido. Então, a menina riscou a última frase de seu caderno. E resolveu. Vou mandar a ele.
E mandou. O menino, sem reação, sorriu ao ler aquele trecho. E no fundo, se achou o melhor. Poxa. Ele seria a inspiração dela então? Seria então, a sua vida? Não. Ele não seria a vida dela, porque a vida dela não se limita em apenas ele. Resume-se em animais, em escola, em textos divertidos e livros. Então. Ele poderia ser um terço de sua vida. Mas não seria completamente. Soube depois que ela seria metade sem ele. Como pode? Perguntou a si mesmo. Como Pode ser metade sendo que ela parece ser tão bem resolvida? Pois é. As aparências enganam cada vez mais. Ele pensou. Enquanto isso. A menina ainda fazia sua lista. Contava estórias de fadas. Contava e recontava sua história a quem quisesse ouvir e pensando novamente. Um dia ele volta. Mas que seja primeiramente a vontade do meu futuro e do meu destino, mas ele sim, ele deve voltar. E já são 288 horas sem ele. Mas ainda. Essa história. Não chegou ao fim. A menina, o menino e o pensamento. Não chegaram ao fim.

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