9 de jan. de 2011

O Abandono




Sempre escolhi ficar. Sempre. Odeio despedidas e odeio ser a pessoa quem fica. Mas por incrível que pareça, não consigo deixar absolutamente ninguém. A palavra Adeus me dá arrepio. A palavra Até logo, consegue me acalmar, mas não por muito tempo. Então, quem nasceu para ser abandonada, nunca será a pessoa que abandona. Infelizmente, a ideologia do abandono é essa. Tudo bem acabei de criar essa ideologia para tentar amenizar um pouco para quem já foi abandonada. Grandes garotas abandonam, não, grandes garotas são abandonadas. Porque elas sim, elas conseguem. Mas não quero ser repetitiva em relação a grandes garotas. Odeio a palavra Abandono. Porque se abandonada é difícil, perder algo nesse abandono é pior ainda.
Em dezessete anos, consegui abandonar foi um cachorro, que infelizmente, eu tive que doar para uma criança. Mas eu me lembro dela sempre com muito amor e me lembro daquela carinha. Em dezessete anos, consegui abandonar um amor, mas sempre penso nele. Em como que está a vida dele, como que estão os amores dele. Mas não nos afastamos, e por isso, fez com que a dor não fosse tão maior. Não sinto falta de amor. Eu sinto é amor demais. Vejo bondade nas pessoas, e nem sempre há bondade. Vejo um amor aonde não existe.  Um desespero que tento definir com um novo nome, porque a palavra desespero também dá um medo filho da puta. Ninguém me perdoa pelos meus atos que são sempre pensados. Ninguém consegue me perdoar por tentar sempre ignorar o amor, mas quanto mais ignoro esse sentimento, mais eu sinto. Ninguém consegue me perdoar por viver nesse mundo criado. E agora?  Não tem nada a se fazer.  O Abandono é triste, solitário demais e também, dramático demais.
Dói ser deixada enquanto a outra pessoa consegue ignorar tudo. Dói saber que você ainda fica preso em algo, enquanto esse algo quer se soltar de você. Dói saber que hoje, você é isso, e que antes, tudo era melhor. A doce vontade de voltar no tempo e mudar tudo. A doce inocência de querer algo que já te abandonou e que se fosse possível, te abandonaria de novo. A linda vontade de controlar algo incontrolável. A doce vontade era te ter, mas o abandono foi maior. E em vez de te ter, você se perdeu de mim.

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