5 de mai. de 2011

Um outro dia.




O que me levou ao ponto que cheguei? O que eu fiz com o que tanto preservei? Cadê minhas verdades, minha sinceridade, e meu amor próprio? O que eu fiz comigo? O que fizeram com o amor que senti? O que você fez com o amor que eu senti? O que você fez com o carinho e admiração que sobrou? Por que estamos tão sozinhos? Por que diabos você não me procura mais? Por que você nunca disse que o que representei em sua vida? O que você tem medo? Pode falar, tudo bem, sou uma boa ouvinte. Pode falar, sou mulher o suficiente para aceitar os fatos. Sou uma mulher não tão bem resolvida mas conheço a verdade, conheço a ironia e conheço as mentiras ditas. Duas pessoas, dois corações, dois sentimentos. O meu era amor e o seu era o que?
Você não era o melhor, mas era o que eu queria. Você não era o mais resolvido entre todos os outros mas por pura intuição, possuía a melhor respostas para a minhas respostas que são decorativas e sem graças. Você não era tudo aquilo, você foi muito mais do que "aquilo". Tudo se perdeu, o sentimento acabou, a escritora aqui está cansada e você sumiu. Tínhamos tudo para ser o caso de amor mais complexo e lindo de todos os outros mas você simplesmente quis ignorar, quis seguir em frente, quis ser feliz, e eu não fiz parte dos seus planos. Nunca fiz parte dos seus planos, e se cheguei a fazer, nunca me disse. Seu medo tomou conta de mim e do mundo. Dei minha cara à tapa e pela primeira vez pensei que seria o certo, pois é, não foi. Você sumiu, foi ser feliz. Eu fiquei e me tornei uma estranha em um mundo estranho com personagens estranhos.
Queria poder voltar no tempo. Evitaria, arriscaria e disfarçaria. Queria voltar no tempo com tudo muito mais claro e amplo, com alternativas e outras estradas. É tão difícil encarar um problema, tão difícil desistir de algo que sempre quis, que sempre arriscou. Minha vida deixou-se de ser base para poemas, minha vida deixou de ser melodia, minha vida já não é a vida dele. Não há nada mais para se preocupar.
Sono, lerdeza, vontade de correr para casa e dormir dormir dormir, nunca mais sair de casa, nunca mais tentar se feliz, nunca mais amor de ninguém. Sou sozinha e me fiz assim, consigo viver assim. Consigo enfrentar os meus problemas sem ninguém, eu sei gritar mas também sei calar a boca, sei abraçar mas também sei fugir, sei sentir amor mas também sinto ódio. Meu modo de adequar no mundo foram os piores possíveis. Meu grito, meu silêncio, minhas fases, nada mais são do que um modo de me proteger do mundo que vive me emocionando. Sou sozinha e nunca quis que ninguém me visse como louca ou como a sofredora do milênio. Eu só te amei, e fui mais do que isso, enfrentei a dor e o amor para sobreviver. Enfrentei o seu silêncio e o vazio para conseguir sorrir de novo. Não acredito em promessas e por isso, nunca acreditei verdadeiramente no que dizem para mim. Sou desconfiada e um pouco confiante. Sou típica, sou sozinha, sou menina, sou mulher, fui sua.
Passei tanto tempo querendo que você me amasse, querendo conquistar, querendo ganhar, mas hoje, não faço mais questão. Se ganhei, tudo bem, se perdi, tudo bem também. Às vezes me volta tudo. Lembro de você, de sua voz, do seu jeito prepotente que me fazia querer morrer. Por mais dramático que tudo isso possa parecer, por mais que estranho e neurótico isso se tornou, só quero me levantar e ir embora, de vez. Não quero sorrisos vazios, não quero pessoas vazias. A dor sempre foi tão minha, e eu a fiz minha amiga. A solidão me acompanha, e isso não é sua culpa, Meu Bem. A culpa foi minha, totalmente minha. Vi coisas em você e você jamais me viu do jeito que eu queria ser vista. Criei planos em cima de você, e você não queria fazer parte deles. Caímos, Meu Bem. Não sofro, não insisto, não quero. Não há motivos para me corroer, nem para me detonar, muito menos para acabar com os meus sonhos. Sempre soube que você não me queria, por mais que falassem ao contrário, jamais acreditei. Sempre soube que você não iria me querer quando soubesse de tudo. Sempre soube, e hoje a única coisa que eu sei é que quero sair dessa, não suporto mais. E eu espero um outro dia. O outro dia que possa fazer tudo mudar. Um outro dia, um outro amor, mas não uma outra vida. Não aguento. Não deixo sorrir e acredito sim, acredito em que um outro dia tudo poderá acontecer.
Eu estou bem do meu jeito, e você deve estar bem com suas menininhas. Você fez a sua escolha e eu não. Você foi o que eu queria, e hoje não é mais. Eu cresci, puxa, cresci. Acho que é assim que começa a abandonar, não é? Agora eu sei o que fiz com tudo aquilo que sempre quis. Guardei todos os meus sonhos, todas as minhas cartas, abraços e beijos para poder te entregar um dia, um dia distante ou não tão distante assim.


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