29 de mai. de 2011

Mudar





Mudar : v.t. Remover, pôr em outro lugar, deslocar.
Alterar, modificar, transformar, converter.
Trocar, substituir.
V.i.. e v.pr. Transferir a residência, trocar de domicílio.


Eu mudei, você também. Ninguém precisa ficar sabendo disso, mas achei melhor te dizer. Aos poucos, fui aprendendo que eu posso viver sem você, posso sorrir, posso até mesmo tentar ser inteira novamente. Nada de pedaços de mim espalhados pela cidade, nada de choros intermináveis, nem a carência que sempre predomina. Tudo anda conforme o esperado. Não quero me apaixonar ou me sentir a mais sozinha da cidade. Quero ser algo diferente, não sei como. Só quero que esse vazio passe, só quero que essa falta inconsolável acabe de uma vez por todas. Fica comigo ou vai, para sempre. Não agüento esses eternos retornos. Não agüento ver o amor indo e vindo. Não agüento mais tudo isso que criei e não agüento mais gostar de você. Quero que o tempo passe, quero provar para mim que consigo sobreviver sem você. Eu sei que consigo.  Sempre fiz planos impossíveis, alguns caóticos, outros mais normais, mas ainda assim são impossíveis. E eu não quero que esse seja impossível, quero que tudo seja possível mesmo que minha alma continue sendo tão pequena. Não encaro, não enfrento, não me movo. Fico parada esperando por algo que não vai chegar. Ando querendo ser tudo o que não fui. Estou deixando a mágoa, a tristeza, o vazio de lado, estou querendo enfrentar o que sempre tive medo. Estou querendo ser alguém melhor, e querendo que todos percebam o quão mudei depois que você se foi.  Queria que tudo mudasse, queria que você voltasse ou ficasse de uma fez. Preciso começar, preciso dar um fim para essa primeiro, preciso fazer tantas coisas que não sei se dará tempo.
Te amei de maneira lógica e individualista, não dei espaço para que você pudesse me amar. Não dei espaço para que tuas brincadeirinhas sobre a gente fosse levada a sério. Não quis que desse certo pelo simples fato de qualquer maneira tudo iria passar e eu viraria lembrança de um adolescente. Mas foi exatamente isso que aconteceu. Sou a lembrança de sua adolescência. E você será a lembrança da minha juventude. Te amei de uma maneira diferente. Nunca disse nada que me comprometesse, não suporto que joguem na minha cara mais tarde. Mas ainda assim, eu te amava. Ainda assim, te queria por perto. Não sempre, porque nunca fomos um legítimo casal, mas de vez em quando, para que ninguém pudesse ocupar o seu lugar dentro de mim.  Não te queria sempre, não te quero sempre. Te quero, às vezes, quase desesperadamente – de uma forma deprimente -  Te quero quando tudo está perdido e eu sei que você iria me confortar, você iria me lembrar que eu sempre quis ser feliz.
Eu queria ter sido a mulher que mudaria sua vida. Queria ter sido a que ninguém chegou a ser para você. Queria ter sido a que nunca iria te abandonar, a que nunca iria te julgar pelos teus erros, mas ainda assim, acabaria julgando. Eu queria ter sido a menina que você iria sonhar todas as noites. Queria ter sido mesmo, dessa vez não tenho medo. Mas sou complicada, e meus amores também são. E tudo que eu queria é que fosse menos intenso. Estou exausta de amar e desamar de uma maneira tão rápida. Tudo isso me cansa. Sempre tive medo de olhar para trás e ver que você está lá, somente no meu passado, somente sendo lembrado pelo mal que me fez e pela mágoa que eu sinto hoje. Mas é tão impossível controlar a vida, é tão impossível evitar não olhar para frente.
Eu preciso ser bem resolvida. Pelo menos uma vez em toda minha vida. Não posso deixar a tristeza chegar. Tenho que controlar. Sou moderna, e quase independente, e por isso, tenho que fingir que não acredito no amor, mesmo acreditando inúmeras vezes. Sentem medo do que eu sinto, sentem medo do que eu posso fazer. Eu também sinto medo de tudo isso. Mas não sei. A mudança é hoje, agora. Por mais que eu goste, por mais que eu queira ter você por perto, eu preciso seguir minha vida como você fez um dia. 

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Um comentário:

  1. Érika Furlan30/05/2011, 09:36

    Mais um texto Lindo Layla...
    Adorei principalmente o penultimo paragrafo :D

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