21 de fev. de 2011

A falta.



Falta - s.f. Deficiência, privação:
 

Falta não é? Cinco letras. Três consoantes, duas vogais e um significado extenso. Um significado que vai muito além de qualquer dicinonário. O significado da falta vem de dentro, não há palavras certas para classficar. Não há palavras certas a quão essa palavra exerce na vida das pessoas.
Eu sinto falta de algo. Não é exatamente algo, mas acho que é de alguém. Olho para o lado procurando, tentando encontrar algo, mas não consigo e aí eu lembro que o que sempre procurava e encontrava está longe de mim, está muito mais do longe do que todos imaginam.  Sinto falta de viver, de quando realmente acreditava que o novo dia existiria bem melhor, de quando eu era apenas uma criança, ou até mesmo quando eu havia fé.
Sinto falta de ir parando em cada olhar com a esperança que você pudesse aparecer no meio deles. Sinto falta de querer conquistar algo. Sinto, respiro, vivo de ausência.
Saudade talvez do passado que existia sem pressa, saudade de uns amigos, de uns familiares, de uns amores largados, e outros que sempre, relembre disso, sempre voltam. Não faço nada para provocá-los, mas de vez em quando esses amores ressurgem das cinzas e me deixam com duvida. Será que se eu parasse de complicar o simples tudo seria diferente?
Ainda continuo procurando algo, e infelizmente esse algo tem nome, sobrenome, CPF e endereço. Esse algo que jamais gostou de mim, ou se gostou, sempre deixou isso tão bem escondido. Porque afinal, não foi apenas o meu jeito que iria estragar a nossa quase-relação. Me dei liberdade de chamar de quase-relação porque sei que a nossa relação jamais foi completa, jamais fora inteira. Acho que é disso que sinto falta. Eu sabia que aquilo estava presente e por isso, me acomodei.
As poucas e as únicas vezes que você disse que me adorava jamais esqueci. As poucas vezes que você me viu como uma menina como todas as outras sempre me lembrarei, não com raiva, nem nada parecido. Mas quando todas queriam ser diferente, eu queria e quero ser igual.
Agora que se foi, sinto vazio um grande nó na garganta que não me deixa respirar. Esse nó é muito além de vazio, esse nó na minha garganta é a junção de todas as dores, amores, e relações que abandonei por medo.
Estou fazendo de conta que sou isso, que sou forte, briguenta, e que jogo a favor daqueles que não acreditam no amor. Mas é blefe, eu acredito muito no amor, não sou nada frágil, e mesmo assim, ainda continuo briguenta, porque é apenas meu jeito.
Vou me moldado sem medo algum, vou tentando ser o que nunca tentei, vou sendo o que querem que eu seja. Mas, eu estou seguindo em frente porque agora é uma única chance de poder te encontrar, e todos sabem que se pudesse, controlaria o tempo. No começo sim, me fez de desligada para que você não notasse o quão de amor que eu sou. Sou quase um projeto de amor, e isso me suga. Mas, também, sinto falta disso.
 Eu sinto falta de tanta, tanta coisa que jamais iriam caber tudo aqui. Meu coração é podre, meus sonhos são inacabados, e tenho uma alma escura. Não sei ser como todas as outras meninas que possuem minha idade ou que até mesmo acreditam (vam) no amor. Não sei, e queria aprender. É tanto NÃO que digo, é tanto NÃO que penso e escrevo que acabo virando um.
É saudade sim, saudade tudo que chegou a ser e que se desfez. Saudade de não sei o que, saudade disso e daquilo. Saudade que mal cabe dentro de mim, quem dirá nesses textos tão mais poéticos do que a minha própria existência. É tanta falta, é tanta vontade de desabar, que é impossível descrever.
É exatamente isso, encontrei a palavra certa. Desabamento. Eu preciso desabar, preciso chorar até secar tudo, preciso aliviar. Preciso tirar esse nó que tanto me sufoca, que tanto me impede de respirar livremente.
Mal consigo respirar por tantas cargas que carrego, mal consigo existir pelas minhas ausências. Mal consigo pensar e escrever esse texto. Mal consigo fazer alguma coisa sem ser pensar no quanto medo do futuro eu tenho.
Saudade das minhas complicações teatrais que pouco a pouco passaram a ser tão verdadeiras. Saudades do meu sorriso involuntário quando seu nome era falado. Agora, ninguém mais se lembra dessa existência. Engraçado, comentaram comigo que já não falava seu nome há tempos, aí me veio na cabeça às seguintes frases: Você já leu o meu blog por um acaso? Você consegue ler pensamentos? Você sabe quantas noites fiquei em claro?
Não, não quero jogar em sua cara tudo que aconteceu ou deixou de acontecer. Mas às vezes me pergunto por que não posso ser apenas uma menina como todas as outras meninas.
Já não tenho tanto medo, mas tenho algo que impede. E com o tempo, essa intensidade de tudo vai se acabando, vai se acalmando, vai virando lembrança e vai virando passado. Aos poucos a falta vira presença, e nenhum de nós saberemos o motivo. 

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