22 de abr. de 2011

O terror do amor.



Existia uma voz dentro de mim que dizia que tudo isso iria passar. Quando a solidão apertava ou o vazio aumentava a mesma voz falava que era só fase. E eu não queria acreditar nisso. Esquecer de tudo seria esquecer-se de mim, de você, de nós, e daqueles que foram e que se acabaram. E que se foda o futuro, pensei. Mas você foi embora, e aí veio o terror e o amor. Não assumia que te queria por perto mas também jamais neguei. Já se passaram alguns meses, mas para ser mais exata, já se passaram alguns anos e agora me sinto na obrigação de te falar isso. Eu te amei sim, e jamais negaria isso. Nem daqui cinco ou dez anos. Jamais negaria o quão especial me fez sentir, mas é uma pena que você foi embora. É você foi embora como se eu não fizesse mais parte de sua vida. E eu precisava seguir em frente, mas não sabia nem ao menos como começava a seguir em frente. Eu não sabia viver e mesmo assim, não fazia a mínima questão de mudar. Minhas coisas foram ficando monótonas, e eu fui ficando amarga, triste, sem saber quem realmente eu sou e quem realmente estava sendo. Claro que hoje me arrependo de ter sido vazia com tanta gente. Me arrependo e peço desculpas para aqueles que magoei, usei, e fiz de gato e sapato. Não era por escolha. Tudo bem foi por escolha, mas tudo isso alivia ao menos por saber que estou arrependida? Tudo havia se transformado e eu não poderia parar, não naquele momento, não naquele meio de caminho entre desapego e drama. Você me tornou sofrível e sensível. Você me tornou no que eu não era. Mas ao mesmo tempo, você fez com que tivesse vontade de sair por aí, conhecendo pessoas, contado casos, mas ainda sim, me tornei vazia. Eu queria que você sofresse com o meu distanciamento, queria que chorasse e implorasse para que eu pudesse voltar a ser o que fui com você, mas nada disso aconteceu. Você não pediu para que voltasse, você queria seguir em frente, e eu ainda estava naquela briga infernal comigo mesma.
Gostava de querer descobrir o que você tinha, gostava de sua arrogância, e de seu jeito irônico de falar comigo. Gostava do jeito que você olhava meio cabisbaixo, meio prepotente. Gostava da sua voz abafada como se aquele momento você estava comendo todas as meninas e ainda sim, me ligando. Gostava daquela sensação de moleza que me dava quando desligava meu celular rapidamente, e das minhas crises existências que você sempre falava. Você gostava de mim? Você chegou a me amar? Você se sentiu mal quando soube que jamais poderia corresponder o amor que eu sentia? Eu sei. São perguntas que levarei comigo. Eu te achava um cara sem atitude, mas aí descobri que você só não tinha atitude comigo, e isso me infernizava. O que elas tinham que eu nunca tive? O que elas foram e eu nunca cheguei a ser? Era fato. Eu era sua por onde andava. Opa, olha ali um cara com o seu sorriso. Opa, olha ali, ele fala igual a você. Opa, olha ali, ele tem um amigo em comum. Opa, olha ali, ele mandou um amigo me adicionar no Orkut. Ok, mulheres quando estão apaixonadas é um verdadeiro perigo, e comigo claro que não seria diferente. Vi amor onde não existia. Se ele me ligava, olha ele me ama. Se ele fosse irônico, olha ele me quer por perto. Mas coitadinha de mim, não era amor, nunca foi. Vi muitas coisas no vazio. E vou continuar vendo porque sou assim.
E aí, veio sua partida. Como assim? Por que sumiu? Por que não me ligou nunca mais? Por que o mundo ainda continua feliz sendo que estou pouco me fudendo para tudo? Por quê?E você foi ficando cada vez mais longe, cada vez mais inalcançável. E doeu. Doeu porque eu tive que aprender a viver, tive que me entregar para poder aprender. Tive que me apaixonar platonicamente por aí só para conseguir finalmente respirar aliviada. Todo aquele sentimento transbordava em cima de mim e eu não tinha outra maneira a não ser aceitar. E aos poucos, fui aceitando até o que não era para ser aceito. Mas aceitei coisas que a minha realidade pedia. Ele não me ama, ok. Ele nunca me amou ok. Ele tem uma namorada, não tão Ok assim. Foi difícil juntar, não é assim que se diz? Foi difícil unir as peças. E eu não queria acreditar em quem chegasse em mim e dissesse que você me amou. Porque eu sabia, sempre soube. Você nunca me amou, e mesmo assim, eu te queria. Mesmo que você não me amasse, eu te amava por mim e por você. Queria que você chegasse um dia e dissesse que sempre me amou, que sempre me quis por perto. Mas é uma pena que nada disso possa acontecer. Você está longe, está feliz, está cheio de vida. E eu não fico atrás. Eu estou bem, não me importo se vou ou não me apaixonar futuramente. Se bem que há um menino que anda mexendo com a minha imaginação, mas eu não o amo.
Sua partida chegou, e eu ainda continuava naquele mesmo lugar, muito mais com medo do que com amor. E eu não sei se foi amor, se foi esforço para que existisse algo diferente. Mas eu sabia que você mexia com o que eu pensava. Você era o que me dava força, e sem você, fui vendo que posso ser feliz sem você, posso até fazer alguém feliz. Eu queria que você voltasse, mas antes de tudo isso, queria ser feliz com você, e se isso for impossível, que sejamos felizes separadamente. Mas mesmo assim, felizes.
Vai passar, vai passar, vai passar. E aquele virou mantra, eu sabia que passaria. Eu sabia que tudo isso iria passar. E sendo assim, passou.

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