12 de jun. de 2011

Dia dos namorados sem ele




Hoje o amor está no ar e isso me faz querer gorfar. O que aconteceu com a gente? O que aconteceu com o meu amor quase corrosivo? Todo mundo quer que eu te esqueça, também no fundo, quero isso. Desejo isso descontroladamente todas às vezes que acordo procurando meu celular, todas às vezes que em silêncio desejei te ter ao meu lado. O mundo tem lá suas injustiças, e quanto mais o tempo passa, mais certeza disso eu tenho. É injusto você seguir em frente e eu ficar. É injusto tentar amar um cara que sei que não irei conseguir. Não consigo amar quando imploram para isso. E a maior injustiça é saber que mesmo eu ter perdido tanto tempo e você nem ao menos deu o valor por isso. É difícil associar a ideia que precisa de amor mas ninguém pode amá-la se não for esse menino – que te preferiu te abandonar -. É difícil ter a consciência que posso muito bem sair dessa história, mas tem algo muito mais forte que me empurra para ela. Consigo muito bem não pensar em você, consigo até mesmo desejar outros caras, mas esse desejo dura por poucas horas, pouquíssimas horas para ser mais exata. É difícil ter a consciência que eu precisava ser amada por você e não aceito ser por outro, não aceito ser de outro, não aceito sonhar com outro, nem casar com outro, muito menos, escrever para outro. Mas hoje é dia dos namorados. Dia dos abraços incontroláveis, dos sussurros noturnos, dos beijos sinceros – ou não tão sinceros assim – Mas hoje é dia da vida esfregar na minha cara que eu não sigo minha vida e que eu não deixo ninguém me fazer feliz. Hoje é o dia que os presentes chegam, os telefones tocam, o amor é jurado para sempre. Hoje é um dia que eu queria passar com você. Não como namorados, mas como sempre quis. Todos os dias peço isso.  Dizem que é para fazer simpatia com o Santo Antônio. Então: Caro Senhor-Santo Antônio, traga esse menino para mim, se possível, se não for, mande outro.
Cartões postais, cartas, e caixinhas de bombom.  Mais ainda continuo sozinha, como milhares de meninas. Nunca quis namorar alguém que não amasse. Tudo bem, namorei pensando que amava. Minha idealização um dia irá me matar, tenho cada vez mais certeza disso.
Você era o cara que eu queria ao meu lado, mas antes eu tinha mais certeza do que hoje. Acho que finalmente o tempo está passando conforme o tanto que eu pedi em silêncio. E nós nos afastaremos cada vez mais, até chegará um dia que minha memória falhará de vez e mal lembrarei o tom da sua voz ou o do brilho de seus olhos. Chegará o dia que vou pensar que fui infantil e louca demais por escrever esses textos sem ter nada em troca. Seu desprezo, sua indiferença e o seu eterno vazio entre essas linhas são os fatos, são os argumentos, são as lembranças que o tempo vai levando sem se importar, sem pedir licença. Comparar você com os outros virou uma rotina. O seu sorriso é mais misterioso do que aquele outro. A cor dos seus olhos são mais lindos que o daquele outro. Confesso, não agüento mais te ver nessas pessoas que jamais conseguirá te substituir. Mas hoje é dia dos namorados e preciso ficar quietinha, não quero ver o amor espalhado, não quero entrar em contradição, não quero nada, e penso em tudo. Penso em você, na sua vida, na sua personalidade intrigante, e no seu silêncio corrosivo.
Voltei a sair, voltei a sorrir e até mesmo parei de maquiar meu luto. Não irei disfarçar mais. Se não estiver bem, tudo bem, não vou sorrir, não vou tentar fingir que está tudo bem. É cruel saber que há tanto amor dentro de mim e eu não me permito amar mais ninguém a não ser você. É cruel saber que dia após dia vou te abandonar aos poucos, e quando perceber, já estarei longe demais para voltar atrás. É cruel o seu desprezo, o seu silêncio, a sua indiferença sobre nós. Para você, eu já teria seguido em frente. Tudo bem, segui em frente a força e implorando para voltar, mas logo depois percebi que mesmo voltando ao passado, jamais será do jeito que foi.  Mas ainda assim, não tenho tempo para sofrer, necessito pensar no futuro. Só para te lembrar, ontem, se fez um ano que você me mandou ir embora do seu mundo. E há um ano, eu estava chorando, nessa mesma data, me perguntando o motivo disso tudo. Não entendia muito bem, não entendia e aceitava, porque não havia outra solução. Você se lembra? Eu me lembro! Me lembro do meu jeito desesperado e abalado ao dizer que era você o motivo de tudo. Me lembro de quando pedi para você não ir embora de vez, e em lembro de tuas palavras amargas e assustadoras.
Tudo bem, hoje é o dia de reclamar de não namorar. Mas não reclamo, não preciso de namorado. Minha promessa foi feita, e eu não sou muito de cumprir. Ok, preciso seguir em frente, é a lei da vida, e eu preciso aceitar que você foi e que talvez jamais voltará. Jamais voltaremos a ser o que fomos e isso é cruel. O segundo dia dos namorados sem você. Feliz dia dos namorados, meu bem.



Nota : Perdão pela ausência, o tempo está correndo e eu preciso acompanhar. Um beijo, Layla Péres (@_LaylaPeres)


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3 comentários:

  1. lindo mesmo hein :x

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  2. Layla sempre escrevendo maravilhosamente bem.

    Só a arte pra fazer doce o que é amargo.

    Dói me identificar com suas escritas, mas também me conforta.

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