Ela leu todos os livros de Neruda, Lispector e Bukowski. Havia
viajado para Bahia, aprendeu mapa astral, aprendeu magia negra, aprendeu a
falar em público e até mesmo o nome das constelações. Cantava Caetano, Chico
Buarque, Adriana Calcanhotto e até mesmo ópera, mesmo que tudo fosse tão
desafinado. Gostava de comida japonesa, mas sentia nojinho de imaginar comendo
polvo, e conseguiu gostar de suas tatuagens e cicatrizes.
Ele era um nada. Um ali no canto sozinho. A solidão não tinha medo dele, e ele não tinha medo algum. Nem da morte. Nem do vazio. Nem daquele silêncio que invadia seu quarto todas as noites. Conhecia todos os pagodes e sambas. Não lia nada do que mandavam. Palavras vazias se encaixavam em seu vocabulário, e era feito de ar. Totalmente feito de ar.
Ela sabia que a dor não era um privilégio para todos. E sabia também que seu sentimentalismo exagerado era apenas uma peça que não se encaixava em sua vida, mas que ainda assim, agradecia por ser assim: tão cheia de dor, de vida e de borboletas soltas. Ora, sim, borboletas. Ela imaginava que a liberdade tinha gosto de framboesa em forma de borboletas. Eu não sei o que isso significava, mas apenas gosto de repassar para dizer o que ela me disse: Borboletas com framboesa, é assim que consigo imaginar a liberdade.
Ele sabia que sua conexão com ela era baixa, quase negativa. Tão frio que chegava a ser confundido com uma geleira do Iceberg que acertou Titanic. Tão distante que poderia ser rotulado como uma pista de corrida. Tão indiferente que poderia até ser qualquer desconhecido sem graça. Na verdade, por trás de toda indiferença, negativada, distância, e frieza, era tudo aquilo que o deixava tão melhor de todos. Tão diferente de todos.
Eles se encontram em uma noite qualquer, numa noite frienta. Tão fria que poderia ser parte daquele menino. E ela, tão cheia de borboletas, e tão cheia das histórias e confusões. Nem parecia que eram da mesma idade. Ela tão cheia de aventuras completas, e ele completo de vazio. Aquele vazio que sempre fez parte da vidinha dele, do mundinho dele, das frases feitas. Ela, tão cheia das aventuras e encrencas. E ele tão cheio de pessoas vazias, e de sua própria vida tão vazia.
Ele era um nada. Um ali no canto sozinho. A solidão não tinha medo dele, e ele não tinha medo algum. Nem da morte. Nem do vazio. Nem daquele silêncio que invadia seu quarto todas as noites. Conhecia todos os pagodes e sambas. Não lia nada do que mandavam. Palavras vazias se encaixavam em seu vocabulário, e era feito de ar. Totalmente feito de ar.
Ela sabia que a dor não era um privilégio para todos. E sabia também que seu sentimentalismo exagerado era apenas uma peça que não se encaixava em sua vida, mas que ainda assim, agradecia por ser assim: tão cheia de dor, de vida e de borboletas soltas. Ora, sim, borboletas. Ela imaginava que a liberdade tinha gosto de framboesa em forma de borboletas. Eu não sei o que isso significava, mas apenas gosto de repassar para dizer o que ela me disse: Borboletas com framboesa, é assim que consigo imaginar a liberdade.
Ele sabia que sua conexão com ela era baixa, quase negativa. Tão frio que chegava a ser confundido com uma geleira do Iceberg que acertou Titanic. Tão distante que poderia ser rotulado como uma pista de corrida. Tão indiferente que poderia até ser qualquer desconhecido sem graça. Na verdade, por trás de toda indiferença, negativada, distância, e frieza, era tudo aquilo que o deixava tão melhor de todos. Tão diferente de todos.
Eles se encontram em uma noite qualquer, numa noite frienta. Tão fria que poderia ser parte daquele menino. E ela, tão cheia de borboletas, e tão cheia das histórias e confusões. Nem parecia que eram da mesma idade. Ela tão cheia de aventuras completas, e ele completo de vazio. Aquele vazio que sempre fez parte da vidinha dele, do mundinho dele, das frases feitas. Ela, tão cheia das aventuras e encrencas. E ele tão cheio de pessoas vazias, e de sua própria vida tão vazia.
Se encontram, foram felizes até o prelúdio, como diria a
música de Caetano. Se aguentaram enquanto deram. Se aturaram enquanto puderam.
Ela havia se apaixonado, ele não. Ela havia sentido saudade nas noites
estranhas, ele estava com outras. Ela havia tentado se entregar para outros
caras, e ele estava com outras mulheres já entregues.
Foram felizes do jeito que era certo: Sozinhos, e longe um do outro.
Ela, com sua vida cheia de borboletas com gosto de framboesas.
E ele, com sua vida cheia de meninas fáceis, com gostos estranhos.
Foram felizes do jeito que era certo: Sozinhos, e longe um do outro.
Ela, com sua vida cheia de borboletas com gosto de framboesas.
E ele, com sua vida cheia de meninas fáceis, com gostos estranhos.
Amei demais seu texto!!!!
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