7 de out. de 2014

Carta ao vazio





Do nascimento ao sexo. Do sexo ao amor. Do amor até os trechos clichês. Dos textos clichês até a separação. Da separação até mais textos clichês. Dos textos clichês o renascimento de todo o ciclo novamente. Tenho mil coisas pra dizer mas são coisas que podem sair conforme uma dança caótica em uma festa chata. Tenho mil coisas pra dizer mas são coisas que não sei se você me entenderia. São essas coisas que a gente confessa ao padre, e ao céu estrelado. São essas coisas que a gente confessa quando estamos bêbados, e quando estamos aos prantos. São essas coisas que você nunca soube e que estou aqui para te contar. 

Amiga, quero que saiba o seguinte: Ele não gosta de você. Sinto muito te dizer isso mas ele não gosta. Aquela menina que ele beijou na festa pode ser a paixãozinha platônica dele. Aquela menina daquela outra noite foi usada da mesma forma que você. Amiga, se ele quisesse, ele estaria aí, do seu lado, me ouvindo. Sabe, amiga, não me ache cruel por dizer isso, mas saiba que ele não te quer. O celular dele não está sem bateria, e sem internet. Ele não tem prova. Ele tem até mesmo tempo pra assumir qualquer namoro que ele te disse que nunca assumiria por justamente, falta de tempo. Amiga, você é linda, você sabe disso. Aquele moço também sabe. Aquele padeiro, aquele cantor daquela dupla sertaneja também. Aquele amigo desse moço também te acha linda. Então, supere isso. Coloque seu sorriso, e vá ser feliz ao lado de quem sabe o que quer. 

Vamos aos fatos: O amor acontece e morre. Ainda bem que tudo acaba, e você precisa entender bem isso. O amor é essa fonte que infelizmente seca. Paciência também acaba. Não te desgaste tanto ao ponto de não saber o que quer. Isso é o ideal para conseguir a viver, mas você precisa mais do que nunca de cuidados. Se cuide mais, e cuide dos teus amigos, dos teus irmãos, da tua mãe, e do teu pai. 

Ô pai, eu poderia escrever mil coisas, e poderia te agradecer por mais mil coisas, mas só te agradeço por ter me ensinado a ser tão espertinha com todos os homens ao redor. Obrigada, pai! Espero não encontrar nunca um homem igual a você.

Ô mãe, eu poderia escrever mil trechos bonitos, e mil frases aleatórias, mas obrigada por me ensinar a ser a mulher/homem da minha vida. Obrigada mesmo. E espero que você alcance toda felicidade plena e toda a sorte do mundo. 

Você que me ouve, qual é o teu problema? Qual é teu sonho? A vida é assim. Cheia desses inícios. Tu pode até ter chorado naquela noite que ele te mandou embora. Tu ali do canto, pode ter até pensado em voltar para o ex, mas quero que saiba que não compensa. Todo mundo quer voltar para o passado, mas saiba que isso é impossível. Acabou o tempo, acabou a vontade, acabou o tesão, acabou mesmo, com todas as letras e todas as pontuações possíveis. Acabou. Só isso. 

Sabe, no começo dói e eu achei que ia morrer. Achei que todo sofrimento iria me causar uma úlcera maior que já tenho. Achei que a dor iria corroer meus olhos, ouvidos, estômago e principalmente, o meu coração. Achei que o chão iria sumir e eu, secretamente, desejaria também desaparecer naquela noite. Achei que o mundo iria parar e eu iria cair durinha feito pedra. Mas engano meu, eu tô aqui hoje. Querendo contar o que não se conta, querendo declamar e xingar. Querendo ser refeita às pressas. Quero me refazer às pressas, sim. Quero refazer meus sonhos. Quero continuar na onde parei. Não lembro exatamente o local, mas sei que quero continuar. Mas quero continuar sim, mas não sei nem quando, e nem o quê. Só sei que quero ir sem medo e sem neuras. 

Eu só quero ir, e quero que você me permita isso. Quero que abrace minha ideia e se fosse possível, diga alguma palavra que me conforte. Você não sabe o quanto desejei ter uma palavra doce tua. Você não sabe quantas vezes desejei que tudo fosse uma neurose da minha cabeça mas que infelizmente, meu caro amigo, não era. Você não sabe quantas vezes virei aquela esquina jurando nunca mais voltar. Achei ainda que iria morrer quando escrevi o último texto. Sempre acho que vou morrer, e sempre acho que vou ressurgir. Vivo entre o caos e os pontos finais. Vivo de pontos finais, e não gosto de reticências.
Se você está chorando nesse exato momento, boa sorte. 

Boa sorte para os que tentam, para os que querem ressurgir, ou para aqueles que querem morrer.

Boa sorte do início ao fim.

Boa sorte, ou boa sei lá o que.

Porque eu tão cheia de mim, me vi tão cheia de você que acabei ficando esgotada de tudo isso.


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2 comentários:

  1. nossa, como você é toda ideológica e cheia de cultura. Casa comigo, amore!
    Te dou casa, roupas de banho e perfume importado </3
    (Admirador secreto)

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