27 de mai. de 2013

Eu não sei lidar



Nunca quis ser igual a nenhuma outra menina, e ainda assim, não chamo atenção por isso. Nunca fui de chegar num lugar e sentir a atenção de todo mundo. Sempre fui a doida legal do que a linda, maravilhosa do século, e nunca fiz muita questão de mudar isso. E eu quis inventar um novo jeito de ver a vida tão estranha e caótica, preferi escrever do que falar e aí a falsa impressão que sou arrogante demais, metida demais, ou até mesmo idiota demais, mas não é nada disso, por mais que eu seja a louquinha intensa, eu tenho um fundo de melancolia e timidez envolvido nessa vida.
Foi a primeira e única loucura na minha vida. Há coisas que são feitas para realizar uma vez e acabou, e infelizmente, isso aconteceu. A loucura extrema foi feita e não tenho vontade de recomeçar. Não tenho vontade de ficar bonita só porque tô me sentindo mais feia que o normal. Não tenho vontade de dar a volta por cima só para que o mundo veja o quão feliz estou. Não tenho vontade de levantar da cama e lidar com o mundo. Na verdade, eu não sei lidar com nada. Não soube lidar com o sentimento aparecendo, não soube lidar com essa história, eu não não sei lidar com nada. Sou egocentrista extrema. Para me sentir melhor, eu escuto a música do Eric Clapton que tem o meu nome e pronto. Sou tão egocentrista que depois dessa fase tão estranha, estou devendo mil favores para o meu ego, porém, não tenho vontade. Não quero me vingar, muito menos soltar a puta que existe dentro de mim.
Quando eu tinha 10 anos, os alunos tinham que entrar com o pai na igreja. Meu pai que sempre morou em outro estado, não estava presente e acabei entrando com a minha tia e a minha vontade era de arrancar a cabeça de todas aquelas meninas e de todos aqueles pais que estavam presentes, mas tudo isso era problema de ego. Meu ego é muito maior que minha altura, e olha que quase tenho 1.70. Meu ego é mais gordo do que eu, e ele lá me colocou em várias encrencas da brava. Tudo isso era para provar que já era mulher o suficiente, tudo isso era um complexo de inferioridade que sempre existiu mas que ninguém soube.
Posso contar nos dedos quais homens na minha vida, um dia, eu levei a sério. Preferi ser sozinha e até hoje tenho esse espírito de menina rebelde meio independente. Sempre quis que o mundo fosse como eu enxergasse. Sempre quis que a minha verdade prevalecesse. Sempre. E aí, eu sofro. Porque ninguém tem paciência para aturar uma menina que acha que é a dona do mundo. Ninguém quer me aturar porque sou mais difícil do que pensam, mas sou muito mais simples do que todo mundo acha. Eu sou fácil de lidar basta dizer o que preciso realmente ouvir.
Ninguém me atura porque não quero que me aturem. Faço caminhos complexos, minto e engano. Evito verdades e desvio sentimentos, porque assim, ninguém vai saber o quão frágil eu sou. Disfarço minha vida inteira para ser forte, mas apenas em um momento, eu me torno o que realmente sou e sem medo algum de ser vista assim. Eu não sei lidar com isso. Eu não sei lidar sendo tão frágil. Não sei lidar com o silêncio que invade todas as noites e todos os finais de semana. Eu não sei lidar com aquilo que infelizmente, eu não posso controlar.


Layla - Eric Clapton




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