6 de abr. de 2014

Moço




Moço, olha pra mim.
Como você me vê?
Como eu te vejo?
Cadê você que me entende?
Cadê aquele que eu não quero?
Cadê você dentro do meu mundo?
Cadê seus restos?

Moço, escute minha voz embaralhada
Escute o poema mesmo que não tenha voz
Escute meu coração parando aos poucos
Escute a minha má fé
Escute minha má vontade
Escute meus passos
Me escute saindo da sua vida

Moço, me sinta
Sinta meu peito
Sinta meu beijo
Sinta minha incompreensividade
Sinta meu desespero
Me sinta

Moço, me toque
Toque do jeito que nunca tocou
Toque teus dedos frios entre minhas pernas
Toque tua saudade dentro do meu corpo
Toque sua mão sobre meus ombros
Toque, me sinta, me veja, me ouça

Moço, não se desespere
Moço, não me esqueça
Mas eu vou embora
Moço, sinta isso
Sinta de novo
E mais uma vez
E pela última vez

Moço, queira me aceitar
Me aceite no seu mundo
Não me empurre para aquele menino de lá
E nem para aquele de cá
Moço, não me entregue assim para os outros
Moço, não faça isso
Moço, deixe de existir
Por favor, moço, me deixe ser

Moço, quando você for embora, não diga adeus
Diga até mais, ou até qualquer dia
Diga que fui feita para você
Ou mesmo que seja mentira, minta para mim isso
Moço, me deixe aqui juntando meus restos
E se quiser ir, vá.
Moço, ah!




"Preciso te lembrar como tu era no início, era um vício de deixar. 
Procuro em tanta gente o espelho teu, não vejo nada.
Tentando ser o que eu não sou mais eu vivi escondido em um mundo que você criou
E nunca mais voltou pra libertar. 
E eu que não tenho aonde chegar, já caminhei tanto pra encontrar
E eu que não tenho como te falar, já escrevi tanto pra cantar
(...)
Mas se você não quiser ouvir, as canções já não me dizem mais nada
Poderiam dizer
Poderiam dizer teu nome
Poderiam dizer você..."

Esteban - Muda

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