25 de jul. de 2011

I can't forget you



Olhei os meus rastros perdidos por todas as partes. Olhei as minhas mensagens, os meus textos, e o meu amor guardado. Analisei cada parte do meu corpo, cada parte do meu rosto.  Analisei meu passado, e o meu presente. E eu tenho a certeza que não estou no lugar que planejei quando criança.  Eu não queria nesse estado que estou, não queria que o fim chegasse para nós, e ele chegou. Não queria acordar com vontade de voltar para cama correndo, não queria enfrentar o mundo e suas bizarrices, mas sei que preciso fazer isso.
 Sei que estou sozinha, e tenho que saber lidar com tudo isso. Tenho que enfrentar a solidão que insiste em bater a minha porta , tenho que enfrentar a minha tendência a depressão que é tão gigantesca que mal dou conta dela. Eu só sei que sinto saudade mas não sei exatamente o que. Passei tantos anos sem chorar ou sem me doer e depois veio tudo de uma vez.  Do amor só sobrou o desespero e uma saudade filha da mãe.  Da nossa história só sobrou esses textos. Eu só queria a sua volta.
Penso no futuro sem muita expectativa. Penso de como será minha vida quando estiver longe de tudo isso e sem poder voltar. Como serei nos próximos 10 anos? Será que fiz as escolhas certas? Sabe, no começo doeu muito, reclamei muito, e sofri em triplo e sei que talvez fosse preciso passar por tudo aquilo para ser o que sou hoje. Precisei passar por aquele tormento para aprender o que pode e o que não pode se importar. Precisei sofrer, tomar muito na cara para aprender que pessoas vão embora e que há algumas delas em que jamais irão voltar, jamais irão te fazer feliz como antes.
Pessoas mudam,  a vida segue, os sonhos acabam, outras pessoas chegam. Um dia terei que deixar tudo aquilo que me esforço para não deixar. Um dia abandono, outro dia serei abandonada. Assim é a lei da vida, assim é famosa lei do retorno. Não gosto muito das ironias do destino, quando menos se espera está no lugar que disse que nunca estaria. Eu não queria mais sofrer pelo nosso fim, mas quando dou por mim estou sozinha, no escuro, me lembrando que você disse e repassando as suas falas.
Não somos mais crianças, não tenho mais quinze aninhos, e nem acredito em promessas. Sei que se você quisesse, hoje estaria aqui comigo. E não adianta colocar a culpa no destino. Você que não quis, você não me quis. Você preferiu me deixar longe e simplesmente sumir, você escolheu esse caminho para nós. Cada um foi para um lado, sabe-se lá se um dia haverá uma encruzilhada para poder nos juntar novamente.  Não há mais barulho algum, não há mais correria, muito menos esperança. Há apenas um vazio aterrorizante dentro do meu peito. Não tem mais ligações, nem notificações na sua página pessoal da internet, você realmente sumiu.
Não há mais nada. Não há bizarrice, porque agora resolvi me comportar. Não há mais esperança, acabaram-se todas. Não há mais amor, ele simplesmente se transformou em algo que vai muito, além disso, tudo. Cheguei até mesmo a pensar que tudo isso havia finalmente acabado, mas nada disso. Olhei em cada parte minha que havia sido descartada, algumas boas e outras más. Só sei que é saudade, só sei que sinto falta de você, mas não posso continuar. Não que eu não queria continuar, mas sou obrigada a continuar para enfrentar a vida.
Nunca mais vou esquecer a sensação que te vi pela primeira vez, nunca mais vou esquecer a sua voz meio abafada,  meio bêbado, meio inocente dizendo que só me ligou para dizer que estava carente demais e que queria me abraçar.  Nunca mais vou me esquecer da sensação de ter o mundo em volta correndo e eu querendo parar. Nunca mais vou esquecer de como me senti falando com você.  Você despertou em mim os anjos e os demônios. Não sei de quem foi a culpa. Não sei como fui parar aqui, não sei nem ao menos como continuarei. Mas continuarei a escrever. Não por ciúmes, não por carência, mas pela saudade.
Preciso encontrar um modo de sair disso, preciso acordar desse sonho, e eu só queria te amar. E você me negou isso, negou meu amor, o meu carinho e até mesmo a minha inocência. Eu só quero que isso acabe rápido, não aguento mais. Acho que posso chorar a qualquer minuto, ou esquece, vou me deitar. Durmo doze horas por dia, ando pela minha casa parecendo um projeto de zumbi, e a o vazio aumenta. Você pode voltar. Eu sei que pode. Volta?

                             Não, eu sei que você não volta, nunca mais. 

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Um comentário:

  1. Eu estou aqui com lágrimas nos olhos ao ler isso, pois expressa tudo o que tenho passado.

    NO meu caso são 8 meses sem ela.

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