13 de mar. de 2011

A nossa história


Você deve se lembrar de mim. É isso, não é possível viver como a gente e não se lembrar demais, só não entendo o seu principal motivo de querer abandonar tudo, na verdade, nem eu entendo porque apoiei essa idéia tão confusa e divertida ao mesmo tempo. É verdade sim, eu pude te amar como nunca e desejei ter você ao meu lado sempre. Nunca e sempre, são palavras opostas, mas me dei a liberdade de poder usar, e assim foi feito com você, te dei a liberdade para que você pudesse ir e voltar na hora que bem entendesse.
Pelo começo já era previsto que não seria apenas uma história, pelo início eu já sabia que tudo seria tão diferente e intenso. Eu sabia que estava na merda, e mesmo assim, não quis negar, e mesmo assim, fui até o fim, até a dor me dopar por completo.
Fizemos a nossa breve história para que sintam inveja, e para que comentasse. Várias perguntas surgiram ao longo de tempo, e eu sempre me perguntei o que ele tinha de diferente entre todos os outros. Porque eu sempre voltava e volto, com a cabeça baixa, e pedindo para que tudo volte ao normal, mas simplesmente ele ignora e continua com a sua sensatez tão invejável, tão repugnante, mas que no fundo, eu sempre adorei.  Por mais que ele tivesse suas aventuras amorosas, ele sempre voltava também, era assim que a nossa história era feita: De idas e vindas, até que um dia, fomos e não voltamos.
Não há nada para ser perdoado e nem para perdoar. Então, sem ódio mortal ou sem vontade de vingança de me mostrar melhor, bem resolvida. Ele sabe que eu não sou bem resolvida, ou se pensa que sabe que sou bem resolvida, eu o enganei muito bem. Sempre mostrei para ele o oposto de que sou. Mostrei o que nunca fui, seca, fria, sem ilusão ou mágoa do mundo. Mas é mentira. Eu sou sentimental demais, dramática demais, sinto mágoa e de novo a dor me dopa para que eu consiga viver sem essa falta que ele me faz todas as noites.
Mas na verdade, quando eu o conheci, era seca, fria, e com muita ilusão na bagagem, afinal, eu estava querendo que o mundo pagasse pelas minhas dores e pelos meus amores, e ele acabou me mostrando que a vida não era assim, que cada um tinha seu tempo, e que um dia ou não chegaria o nosso.
Ele me mostrou tantas coisas novas, e a falta dele me fez ficar decorativa e sem graça. Me fez crer que o amor era ilusão, e me fez chorar como uma criança que descobre ao cinco anos que papai Noel é os seus pais.  Quando me recordo dele, esqueço que o tempo passou e que jamais vamos conseguir voltar a ser o que fomos. Eu te agradeço por me mostrar coisas da vida, e que me ensinou tanta coisa. Me ensinou que nem sempre se deve confiar no que tem um jeito lindo mas que no fim, é apenas um coração de gelo, ensinou que não se deve confiar no destino, ensinou que, mesmo ficando, beijando, namorando com garotos errados sempre voltava e voltaria até quando desse para  o lado dele, sempre tinha a certeza que por onde eu andasse, mesmo com namorado, mesmo sozinha, imaginaria e queria ter ele perto de mim sempre.  Me ensinou como é gostar de músicas desconhecidas e até mesmo começar a passar o dia inteiro escutando as músicas que ele gostava, traduzi cada letra de música, torcendo para que fosse um sinal... mas não foi nenhum sinal.  
Mas infelizmente, ele muito mais que me ensinou, ele fez com que recordasse que tudo um dia acaba, que os sonhos terminam e que mais cedo ou mais tarde ele iria embora, e eu passei tanto tempo me preparando para isso. Pensei em outras coisas, outros meninos, lembrei de outras vozes, e até que achei que estava pronta, mas quando ele se foi, não foi algo imediato, foi aos poucos.
Foram sumindo pelo mundo nossos rastros, nossas risadas, nosso orgulho tão ferido. Aos poucos, aquele falatório, aqueles celulares tocando, se tornaram um profundo silêncio, um profundo silêncio que feriu e que vai ferir toda vez que eu lembrar que um dia, tudo aquilo aconteceu, e que hoje, infelizmente, não acontece mais. Nos perdemos, e ele não quis voltar para a nossa estrada. Eu me perdi, e fiquei parada, querendo desesperadamente voltar atrás, mesmo sabendo que isso é totalmente em vão. E era tanta dor, que hoje, a dor me dopa e me faz seguir em frente, mesmo querendo ficar atrás.

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